Quando o assunto é moda, algumas pessoas obesas confessam passar por constrangimentos nas lojas de vestuário, principalmente feminino até mesmo nas lojas com tamanhos especiais. Elas constatam que as confecções literalmente esquecem que existem pessoas de tamanhos um pouco maiores e, quando se propõem a fazer modelitos especiais, o resultado é de peças cafonas, ou seja, de tecidos e recortes que não acompanham as tendências da moda.
Há quem diga que No Brasil, menos de 5% das roupas são fabricadas nos tamanhos grandes, de 46 em diante. Só 10% são tamanho 44. A maioria, 70%, são pra quem veste entre 38 e 42, ou seja, a população está cada vez mais alta e robusta e as roupas cada vez menores.
A alternativa para não ficar rodando por aí é, como antigamente, fazer roupas com costureiras com as quais o obeso sente melhor, mais acolhido e com possibilidade de obter aquela roupa que lhe convém.
Precisamos lembrar que a roupa certa para qualquer pessoa é aquela que vem junto com sua auto-estima, pois o importante é se sentir bem com a roupa que lhe dá conforto e faz sentir satisfeito com o visual.
Algumas empresas do segmento de vestuário feminino que normalmente atendem ao público de medidas de passarela, há algum tempo estão investindo nos tamanhos acima do manequim 44 até o 54.Na divulgação, podemos encontrar chamadas identificam essas mulheres como "mulheres da vida real", um apelo desnecessário, pois classifica as mulheres com medidas menores como não sendo da vida real... seriam de qual tipo de vida então?
Infelizmente, a lógica da propaganda é sempre a mesma: desmerecer aquele que não está no alvo do mercado em divulgação. Uma comprovação disso está em um dos textos que encontrei, onde a empresa utiliza a expressão 'ditadura da moda' e logo em seguida apresenta seu produto como valorizador dos corpos e favorecedor da imposição da presença dessas mulheres 'onde quer que cheguem'. Isso não é também tentar fazer ditadura?
Descobri nessas andanças a modelo Flúvia Lacerda. Ela é carioca, tem 28 anos e veste manequim 48. Com um rosto muito bonito e com essa medida, ela se tornou uma das modelos de publicidade mais bem pagas do segmento Plus Size (especializado em moda para gordinhas) nos Estados Unidos e na Europa. Suas fotos verdadeiramente revelam um corpo feminino bonito, bem vestido, cheio de curvas e que ela garante ser saudável. Na entrevista publicada no Youtube a modelo declara achar que no Brasil não conseguiria o mesmo sucesso pela ausência desse mercado na moda brasileira.
Veja o site da modelo:
http://www.fluvialacerda.com/album0.html
Veja sua entrevista:
http://www.youtube.com/watch?v=3bzODO4umgU
Eu já fui gordinha
A prova está aí... eu já fui gordinha!
De uma mãe que adora comer e cozinhar, o que vc esperava? Amamentada, sim! até 1 ano e 2 meses, quando já andava tudo. Mas, de vez em quando, rolava para dentro um anguzinho com caldinho de feijão - assim ela me conta. Era de suar e dormir a tarde toda! Quase um desmaio. Quando critico essa conduta de alimentação para um bebê, a frase que ela me devolve é: - Não morreu, tá aí vivinha da silva. Conheci as papinhas industrializadas com carinha de bebê e o leite industrializado, mas o sucesso total era a geléia de mocotó. Em tudo que combinava, botava. Eta docinho bom! Em consequência, quem queria me carregar? Minha mãe, é claro! Todo mundo fugia do meu peso-pesado. Mas ela tinha orgulho de ter uma filha 'saudável'!
Quase fui inscrita no Concurso de Robusteza Infantil! Como ia ficar minha moral agora, trabalhando com obesidade?
Não sei o que eu fiz, mas cresci com peso normal apesar da comilança ou melhor, da panelança, que continuava lá em casa. Meu irmão, mais novo 3 anos que eu , foi um bebê mais pesado ainda e também não cresceu gordo. Tem explicação? Acho que tem: nosso pai também não é gordo, só a mamãe oscilava entre o sobrepeso e a obesidade.
Não era o caso de eu resistir à comida farta do fogão dela... eu simplesmente não desejava tudo aquilo.
No colégio eu detestava a aula de Ciências sobre vitaminas e mineriais, depois esqueci o que detestava e fui fazer Nutrição. Aprendi a adorar os alimentos, mas só nos textos dos livros e tabelas. Adorei estudar e falar sobre os alimentos. Mas no prato... continuei com poucos comestíveis.
Um quilo a mais me faz sentir abafada! É suficiente para ver tanto a 'comida boa' como a 'comida ruim' como inimigos. O único desejo é conseguir extirpar aquele quilo em excesso.
Quer saber se estou magra? Eu diria que pelo padrão de passarela não sou permitida ficar nessa classificação, apesar do IMC 23 atualmente.
Até quando vou ficar assim? Bem, não sei, mas pretendo permanecer com boca pequena e olhos magros. Fácil não é com tanta guloseima colorida e com tanta embalagem inteligente.
Vou estar aqui sempre falando de obesidade, mas só da boca pra fora, porque da boca para dentro, ainda não estou habilitada pela balança.
Arlete Santos
Campanha Nacional de Prevenção à Obesidade
O dia 16 de outubro está indicado como o Dia Mundial da Alimentação e nesse clima no qual só se fala de Alimentação Saudável, a ABESO lançou a Campanha Nacional de Prevenção à Obesidade tendo a particiapação de diversas empresas e instituições do Rio de Janeiro e São Paulo.
Campanha Nacional de Prevenção à Obesidade
Assinar:
Postagens (Atom)